Histeroscopia
Uma verdadeira revolução na ginecologia, isso mesmo é o que representa a histeroscopia!!
Endoscopia do Útero
Procedimento também conhecido como "endoscopia do útero" nos possibilita
diagnosticar e
tratar diversos problemas ginecológicos que ocorrem na cavidade uterina de forma,
direta, rápida e resolutiva.
E como funciona este procedimento?
Sem realizar nenhum corte externo na paciente, o ginecologista realiza dilatação do
colo
uterino que permitirá a introdução de uma fina óptica acoplada a câmera ligada a um
sistema de vídeo até conseguir atingir a cavidade uterina. Para conseguir visualizar
bem
a região é feita a introdução de solução líquida com pressão controlada. Neste mesmo
equipamento existe ainda uma alça de ressecção ( corte e coagulação) ligada a um
gerador
de energia elétrica, através do qual conseguimos ressecar as lesões presentes e
controlar qualquer sangramento presente. E tudo isso sempre será gravado para
registro e
segurança do paciente.
Quais doenças são tratadas com a histeroscopia cirúrgica?
Podemos tratar de forma curativa as seguintes situações:
1- pólipo endometrial ( na cavidade uterina)
2- pólipo endocervical ( no colo uterino)
3- mioma submucoso ( localizado predominantemente na cavidade uterina, e não no
músculo
do útero)
4- sinéquias uterina ( cicatrizes na cavidade uterina que acontecem por diversos
motivos: pós curetagem, infecção uterina, dentre outros)
5- septo uterino ( malformações que divide o útero ao meio)
6- espessamentos do endométrio benignos que causam menstruação excessiva ( neste
caso é
feita uma ablação endometrial, ressecando grande parte do endométrio)
7- retirada de corpo estranho ( como por exemplo DIU em que o fio entrou na cavidade
uterina)
8- auxílio em casos de infertilidade , onde pode provocar uma situação conhecida por
"injúria", antes de se realizar o tratamento de fertilização.
E como é a recuperação da histeroscopia ?
Habitualmente a cirurgia sendo realizada no período da manhã , a maioria das
pacientes
poderão ter alta até o horário do almoço. Situação conhecida como day clinic ou
hospital
dia.
No dia do procedimento é recomendado repouso em casa e não dirigir veículos
Por 7-10 dias recomendo evitar relação sexual, e ir a locais como praia e piscina
A volta ao trabalho acontecerá em 1-7 dias, a depender do porte do procedimento.
A grande revolução que escrevi acima é facilmente percebida pois muitas das situações de saúde tratadas com a histeroscopia anteriormente não tinham tratamento ou o tratamento era radical, através de cirurgia de grande porte e difícil recuperação. Poder oferecer um tratamento muito menos agressivo, com excelente recuperação e com custo aceitável é realmente muito interessante. Lembre sempre de conversar com seu ginecologista para entender detalhes do procedimento oferecido, assim como se informar sobre todas as opções disponíveis para seu tratamento. Isso ajudará na tomada de uma decisão certa e segura. Sou ginecologista e obstetra com título de especialista ou residência médica pela Usp/SP, assim como titulado especialista em endoscopia ginecológica/ histeroscopia com certificação pela Febrasgo ( federação brasileira de ginecologia e obstetrícia). Realizo este procedimento em ambiente hospitalar privado desde o ano de 2003, tendo vasta experiência nesta área. Conte comigo para te auxiliar nesta e em outras questões de saúde.
Pólipo uterino
O útero é um órgão formado por uma grossa parede de musculatura lisa,
com uma cavidade central revestida por uma superfície mucosa chamada
endométrio.
Para mulheres com ciclo regular, e sem uso de contraceptivos, todo mês
ocorre uma descamação do endométrio, conhecida como menstruação.
Com certa frequência observamos o surgimento de pequenas lesões nesta
região da cavidade uterina conhecida como pólipo endometrial.
Em
geral trata-se de lesão benigna ( não sendo cancerosa), que poderá
ocasionar infertilidade e aumento significativo do fluxo menstrual.
Ocasionalmente esse aumento do fluxo será tão significativo que fará
com que a paciente desenvolva quadro de anemia.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do pólipo poderá ser realizado através da suspeita clínica associada a presença de alteração em algum exame de imagem como:
- ultrassonografia - ressonância magnética - histeroscopia diagnóstica - histerossalpingografia
Como tratar?
O tratamento é feito através da retirada do pólipo por histeroscopia cirúrgica. É um procedimento sem corte externo, onde coloco um equipamento semelhante ao da endoscopia pelo colo do útero, observo onde está a lesão e retiro a mesma. Costumo fazer esse procedimento em ambiente hospitalar com a paciente sedada. A alta ocorre no mesmo dia Aguardamos o resultado da biópsia, e confirmando ser uma lesão benigna a paciente está curada
Histeroscopia cirúrgica para miomectomia
Imagem: Alça de ressecção para retirada de mioma submucoso
Miomas são tumores benignos que se formam na musculatura uterina.
Ao se formarem poderão crescer em 3 sentidos:
1- em direção a parte externa do útero (abdominal)
2- na parede muscular do útero (intramural)
3- para a cavidade uterina (submucoso)
De acordo com o tamanho e localização dos miomas que determinamos o tratamento.
No caso da histeroscopia cirúrgica tratamos os miomas submucosos, que
crescem em
direção a cavidade uterina.
Por crescerem na cavidade uterina, eles provocam um aumento da superfície
endometrial, o que por consequência faz com que a menstruação fique muito
intensa, podendo gerar quadro de anemia severa.
Como opção de tratamento curativo usamos a histeroscopia cirúrgica, através
da
qual conseguimos ressecar o mioma, preservando o útero .
A recuperação deste procedimento costuma ser excelente, com a paciente
recebendo
alta no mesmo dia, podendo voltar às suas atividades do dia a dia muito
rapidamente.
Costumo indicar a realização deste procedimento em ambiente hospitalar.
Imagem: mioma submucoso
Histeroscopia diagnóstica
Trata-se de um procedimento diagnóstico onde realizamos a introdução de uma
fina
óptica pelo colo uterino com o objetivo de termos imagens internas da
cavidade e
colo uterino.
Seu principal objetivo é confirmar suspeita de alterações detectadas na
consulta
médica ou através de exames de imagem ( ultrassonografia e/ou ressonância
magnética)
Pode ser feita com ou sem anestesia ( sedação)
Por ser um exame que causa muita dor na maioria das pacientes, costumo
sugerir
que seja realizado com anestesia.
Não é necessário preparo prévio caso seja realizado sem anestesia.
sobre o exame
Costumo sugerir realizar o exame logo após o término da menstruação. O resultado costuma sair rapidamente.
Retirada de DIU
Ao inserir o DIU no útero deixamos um fio passar através do colo uterino até chegar na vagina. Costumo deixar 2-3 cm de fio na região vaginal, e quando a paciente opta pela retirada do DIU, simplesmente faço uma suave tração e retiro o DIU. Raramente esse fio deixado na vagina migra para o corpo do útero, fazendo com que seja perdida a referência para retirada do DIU. Neste caso podemos tentar fazer uso de uma pinça especial, conhecida como "pinça jacaré", e tentar retirar o DIU no próprio consultório. Em caso de falha nesta tentativa temos que achar uma outra solução para retirada do DIU, e aí entra a histeroscopia. Faço uma pequena dilatação no colo uterino, na sequência introduzo o histeroscópio e vejo exatamente onde está o DIU, podendo assim pinçar e retirar o mesmo com total segurança. A histeroscopia possibilita termos uma visão muito boa da cavidade uterina, sendo portanto um procedimento muito eficaz e seguro para retirada de DIU que não conseguimos retirar no consultório.
Septo uterino
Durante a formação do útero poderão ocorrer alguns problemas, tanto na parte externa como interna (cavidade uterina) Alguns desses problemas poderão ocasionar dificuldade para a paciente ter uma gestação saudável. Dentre essas malformações apenas uma poderá ser tratada, com possibilidade de cura. Trata-se do septo uterino.
E o que seria esse septo uterino?
Imagine a cavidade uterina como uma grande sala totalmente aberta, sem divisões, esse seria um útero com cavidade normal.
Imagem 1: cavidade normal
Agora imagine esta mesma sala com um divisória no meio, dividindo a mesma em duas metades. Essa divisória no caso do útero malformado seria o septo uterino
Imagem 2:Septo dividindo a cavidade uterina
Como diagnosticar o septo uterino?
A suspeita normalmente aparece durante o exame de ultrassonografia pélvica, de preferência por via transvaginal. Levantada essa suspeita recomendo realizar o exame de ressonância magnética. Esse exame fará o diagnostico diferencial entre septo uterino e diversas outras malformações uterinas.
Posso engravidar sem tratar o septo uterino?
Existe sim essa possibilidade, no entanto teremos um risco aumentado de perda da gestação e/ou prematuridade
Como é realizado o tratamento?
Através da ressecção do septo por histeroscopia
cirúrgica.
Neste procedimento resseco gradativamente o septo até chegar na parte mais alta
da
cavidade (fundo uterino), tentando deixar essa da maneira mais parecida com a de
um
útero normal.
O procedimento poderá ser feito em hospital dia, sem necessidade de permanecer
no
hospital por dias.
A recuperação costuma ser tranquila com pouca dor, e rápido retorno as
atividades do
dia a dia.
Há casos em que após a cirurgia o útero forma uma cicatriz interna chamada
sinéquia.
Quando isso acontece a mesma precisará ser retirada antes da paciente
engravidar. A
retirada também será realizada por hiseroscopia.
Outra observação é que há casos em que será necessário realizar mais de uma
histeroscopia para retirada completa do septo.
Ter o diagnóstico é o primeiro passo. Tratar cirurgicamente
seria
a melhor decisão na minha opinião.
Mantenha seus cuidados ginecológicos em dia
Conte comigo
Dr Renato
Histeroscopia e infertilidade
Nem sempre conseguir engravidar é fácil. Observo nos últimos anos um avanço na idade em que os casais passam a pensar em gestação, acompanhado de aumento nos casos de infertilidade. E no momento de investigar a causa desta dificuldade é importante lembrar da importância que tem a histeroscopia. Para engravidar é necessário que a cavidade uterina esteja em boas condições. Os exames de imagem, como ultrassonografia, histerossalpingografia e ressonância magnética, ajudam a trazer uma ideia de como está a cavidade uterina. No entanto, em algumas situações pode ser difícil fazer o diagnóstico pelos exames citados anteriormente. Uma dessas situações, por exemplo, seria a presença de sinéquias (aderência interna) na cavidade uterina. Esse problema às vezes é tão sutil que passa despercebido. Ao realizar a histeroscopia será feito diagnóstico e tratamento imediato. Os tratamento de infertilidade, como a FIV (fertilização in vitro) são tão caros e complexos, que certamente tendo qualquer dúvida em relação a como está a cavidade, vale a pena realizar essa avaliação mais detalhada
Histeroscopia diagnóstica, com ou sem anestesia?
A histeroscopia diagnóstica é um procedimento em que é passada uma fina óptica pelo colo uterino até atingir a cavidade uterina. Desta forma é possível obter imagens de todo esse trajeto, com a possibilidade de fazer diagnóstico específico de determinadas doenças nesta região. O colo do útero é um local bem estreito , especialmente naspacientes que não tiveram gestação e parto vaginal. Sendo assim, é comum que a óptica de histeroscopia tenha um diâmetro maior do que essa abertura do colo . Nestes casos será necessário dilatar discretamente o colo para possibilitar a passagem do equipamento. Essa dilatação poderá ocasionar dor de intensidade moderada para forte. Além disso, existe a possibilidade de desencadear reflexo vagal; esse reflexo pode causar bradicardia, hipotensão e até desmaio.
Faço histeroscopia diagnóstica e cirúrgica há mais de 20 anos. No início realizava o procedimento sem sedação, e apesar de não ter vivenciado caso de paciente com reflexo vagal de forte intensidade, lembro do sofrimento causado pela dor. Existe a possibilidade de fazer sem sedação, com anestesia local no colo uterino. Essa medida trará um conforto parcial. Acho interessante sempre entender cada caso para tomar a decisão de fazer com ou sem sedação, mas minha tendência é para uso de sedação, e de preferência em ambiente hospitalar, com estrutura para atendimento de intercorrências, quando necessário. Converse com seu ginecologista para decidir o melhor caminho para você, e boa sorte. Conte comigo Atenciosamente Dr Renato